Mensagem pregada pelo pastor Guilherme de Amorim Ávilla Gimenez na PIBFLORIPA em 10 de novembro de 2024.
SÉRIE: ESSE MUNDO TENEBROSO
TEMA: A VITÓRIA EM CRISTO: ANDANDO EM LUZ NO MEIO DAS TREVAS
TEXTO: Colossenses 2:15; João 1:5; Efésios 6:12, 13

“Desse modo, desarmou os governantes e as autoridades espirituais e os envergonhou publicamente ao vencê-los na cruz.” (Colossenses 2:15)
“A luz brilha na escuridão, e a escuridão nunca conseguiu apagá-la.” (João 1:5)
“Portanto, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir ao inimigo no tempo do mal. Então, depois da batalha, vocês continuarão de pé e firmes. Pois nós não lutamos contra inimigos de carne e sangue, mas contra governantes e autoridades do mundo invisível, contra grandes poderes neste mundo de trevas e contra espíritos malignos nas esferas celestiais.” (Efésios 6:12-13)
AS TREVAS CADA VEZ MAIS INTENSAS
Vivemos em um mundo onde o mal parece estar cada vez mais presente, e, de certo modo, a impressão que temos é a de que as trevas estão cada vez mais intensas. Isso nos afeta a ponto de em muitos momentos, sermos tentados a perder a esperança.
Mas a Bíblia nos lembra que, em Jesus Cristo, já temos a vitória contra as forças das trevas. Na cruz, Jesus despojou as forças das trevas de seu poder, e é isso que devemos recordar enquanto caminhamos na luz.
1. A Vitória Definitiva de Cristo na Cruz (Colossenses 2:15)
“Desse modo, desarmou os governantes e as autoridades espirituais e os envergonhou publicamente ao vencê-los na cruz.” – Colossenses 2:15 (NVT)
A palavra grega usada aqui para “desarmou” é “apekdyomai” (ἀπεκδύομαι), que significa “despojar” ou “remover totalmente”. Isso indica que Jesus, ao morrer na cruz, literalmente despojou as forças malignas de seu poder e autoridade. Ele expôs publicamente essas forças, como um general romano exibia os líderes derrotados de exércitos inimigos em desfiles de vitória em Roma. Esse ato era uma humilhação pública, uma demonstração visível de derrota. Assim, Jesus fez com as forças das trevas.
No Império Romano, após uma batalha vitoriosa, era comum que o general marchasse pela cidade com os prisioneiros, exibindo-os ao povo. Esses desfiles simbolizavam a autoridade suprema do vencedor e a humilhação dos derrotados. Da mesma forma, Jesus “desfilou” sua vitória sobre os poderes espirituais, exibindo-os como derrotados. Essa imagem nos lembra que Satanás e suas hostes espirituais já foram vencidos de forma definitiva.
Esse olhar para a vitória de Jesus Cristo é feito pela fé. Precisamos ter viva em nossa mente esse fato. Como bem lembra John MacArthur:
“A vitória de Cristo sobre Satanás e os poderes das trevas foi completa e irrevogável. Ao morrer na cruz e ressuscitar, Cristo triunfou sobre todo o domínio das trevas, garantindo nossa libertação definitiva.” (John MacArthur em “Our Sufficiency in Christ” – Nossa Suficiência em Cristo)
Nos momentos de lutas e de ataques do inimigo mantenha viva em sua mente essa verdade da Palavra de Deus.
2. A Luz que Prevalece sobre as Trevas (João 1:5)
“A luz brilha na escuridão, e a escuridão nunca conseguiu apagá-la.” – João 1:5 (NVT)
A palavra grega para “apagá-la” ou “vencê-la” é “katelaben” (κατέλαβεν), que carrega o sentido de “apreender” ou “sobrepujar”. Isso significa que as trevas não têm o poder de dominar ou extinguir a luz de Cristo. Assim como a luz brilha em um quarto escuro e a escuridão é incapaz de sufocá-la, Jesus é a luz eterna que prevalece, e nada pode obscurecer Sua presença e Sua glória.
Em tempos de escuridão — seja em momentos de dor pessoal, crises familiares, ou mesmo em períodos de incerteza no mundo — devemos lembrar que as trevas nunca poderão apagar a luz de Cristo em nós. Andar na luz de Cristo é viver na certeza de que Ele está conosco, trazendo direção e esperança, mesmo quando não conseguimos ver o próximo passo.
Se não tivermos a certeza de que nosso Jesus é vencedor, podemos entrar em um ambiente de incerteza e terror. E de certo modo é isso que o inimigo faz. Muitas vezes vivemos um pêndulo em relação às trevas: ou as ignoramos ou ficamos amedrontados por elas.
“Há duas igualdades e opostas reações errôneas para com os demônios. Uma é descrer de sua existência. A outra é acreditar e sentir um interesse excessivo e doentio por eles. Eles mesmos ficam igualmente satisfeitos com ambos os erros.” (C.S. Lewis em Cartas de Um Diabo a Seu Aprendiz).
3. Andando em Luz com a Armadura de Deus (Efésios 6:12-13)
“Portanto, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir ao inimigo no tempo do mal. Então, depois da batalha, vocês continuarão de pé e firmes. Pois nós não lutamos contra inimigos de carne e sangue, mas contra governantes e autoridades do mundo invisível, contra grandes poderes neste mundo de trevas e contra espíritos malignos nas esferas celestiais.” – Efésios 6:12-13 (NVT).
Paulo nos chama a vestir a “panoplia” (πανοπλία) de Deus, que é a armadura completa. Essa armadura não é apenas uma proteção, mas uma preparação ativa para a batalha espiritual. Andar na luz de Cristo não significa ignorar as batalhas, mas enfrentá-las, sabendo que temos o suporte necessário para resistir ao mal.
“Assim, mantenham sua posição, colocando o cinto da verdade e a couraça da justiça. Como calçados, usem a paz das boas-novas, para que estejam inteiramente preparados. Em todas as situações, levantem o escudo da fé, para deter as flechas de fogo do maligno. Usem a salvação como capacete e empunhem a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.” – Efésios 6:14-17 (NVT)
Andar na luz é andar com a armadura divina. Vejamos na prática:
Elemento da Armadura de Deus | Significado na Prática | Exemplo na Vida Cristã |
Cinto da Verdade | Ter uma vida fundamentada na verdade de Deus, sendo honesto e íntegro em todas as situações. | Quando enfrentamos uma situação em que a mentira poderia nos beneficiar, escolhemos a verdade, demonstrando integridade e ganhando a confiança dos outros. |
Couraça da Justiça | Viver de maneira justa e correta, protegendo o coração de pecados e influências negativas. | Ao resistir à tentação de falar mal de alguém, mantemos um coração justo, refletindo a justiça de Cristo em nossas atitudes. |
Calçado do Evangelho da Paz | Estar preparado para compartilhar o evangelho e viver em paz com os outros, sendo um pacificador. | Em uma discussão acalorada, decidimos agir com calma e buscar a reconciliação, promovendo a paz e abrindo portas para falar do amor de Cristo. |
Escudo da Fé | Proteger-se das dúvidas e ataques espirituais confiando em Deus, independentemente das circunstâncias. | Quando enfrentamos dificuldades financeiras, mantemos nossa confiança em Deus, sabendo que Ele provê, e não nos deixamos vencer pela ansiedade. |
Capacete da Salvação | Ter a mente protegida pela certeza da salvação, renovando-a continuamente na esperança em Cristo. | Ao lidar com pensamentos de desânimo, lembramos que somos salvos e amados por Cristo, o que nos ajuda a perseverar com uma mente positiva e firme. |
Espada do Espírito (Palavra de Deus) | Utilizar a Bíblia como arma para vencer tentações e enganos, baseando-se nas Escrituras em todas as decisões. | Quando somos tentados a desanimar, lemos e proclamamos passagens de fortalecimento, como Filipenses 4:13, reforçando nossa fé e vencendo a tentação. |
Conclusão: Caminhando na Luz e na Vitória de Cristo
A vitória na cruz é definitiva, e a luz de Cristo nunca se apagará. Podemos, sim, enfrentar tempos de escuridão, mas sabemos que a luz de Cristo sempre brilha. Assim como a escuridão jamais pode vencer a luz, as trevas deste mundo jamais poderão derrotar aqueles que caminham em Cristo.
Talvez você esteja cansado de lutas, preocupado com todos os ataques do inimigo, mas você é um vencedor em Cristo. Uma das guerras mais longas da história foi a “Guerra dos Cem anos” que aconteceu entre a Inglaterra e França de 1337 a 1453. Esse conflito que durou 116 anos foi marcado por períodos de intensas batalhas, estratégias diplomáticas e alianças complexas. A guerra teve muitos reveses para ambos os lados, mas, ao final, a França saiu vitoriosa. Um dos personagens principais dessa guerra foi Joana d’Arc, uma jovem camponesa francesa que, em 1429, se tornou uma grande influência em motivação e liderança para o exército francês por sua coragem, renovando esperança do povo francês e dando impulso aos esforços militares.
Talvez na sua casa, no seu grupo de amigos, no seu grupo de discipulado, você esteja sendo chamado por Deus para ser o motivador, a esperança de fé e continuidade de confiança em Deus. Não desista da guerra espiritual. Continue firme na Batalha.