Olhando os Moradores da Cidade com o Amor de Cristo

Mensagem pregada pelo pastor Guilherme de Amorim Ávilla Gimenez na PIBFLORIPA em 19/05/2024.

SÉRIE: COM JESUS NA CIDADE

TEMA: OLHANDO OS MORADORES DA CIDADE COM O AMOR DE CRISTO

TEXTO: Lucas 19:1-10

Como nós olhamos as belezas naturais da nossa cidade?

– Com admiração, ao percebermos os detalhes de cores e formatos;

– Com reverência, ao percebermos a grandeza seja do tamanho, peso, intensidade;

– Com alegria, ao percebermos que podemos ter contato com a natureza, entrar no mar ou pisar na grama.

A nossa reação diante do belo é essa mistura de sentimentos e sensações.

Como nós olhamos para os moradores da nossa cidade?

– Com certeza nós olhamos para alguns deles com admiração, alegria, reverência também.

– Mas para outros nós olhamos com desprezo, tristeza, decepção e uma série de outros sentimentos que mostram uma capacidade de diminuirmos o valor do ser humano a ponto dele se tornar praticamente um “ninguém” ou até mesmo “nada.”

Paremos por um instante para lembrar de algo: o ser humano é mais importante, valoroso e belo do que qualquer beleza natural. Do que qualquer praia, montanha, flor, animal. Nossa teologia destaca o ser humano como “coroa da criação” e Jesus Cristo morreu na cruz por seres humanos. A maior satisfação da criação foi o ser humano e não qualquer outra criatura ou obra.

Porém, desde o Éden o diabo tenta de todas as formas destruir o ser humano. A entrada do pecado na história da humanidade trouxe uma série de prejuízos ao ser humano e cada vez mais a “coroa da criação” vai perdendo seu lugar de destaque na criação. Sutilmente a sociedade vai diminuindo o valor do ser humano:

– O ser humano como mercadoria, valendo pelo que pode oferecer;

– O corpo como sendo mais importante do que um ser integral que sente e tem alma;

– A troca de afetos humanos para afetos para animais ou coisas.

Vamos hoje aprender com Jesus que o ser humano é valoroso. E nós precisamos olhar para as pessoas com esse olhar que valoriza o ser humano à luz do projeto inicial de Deus.

1 – OLHANDO PARA OS DESPREZÍVEIS (Versos 1 e 2)

1 – Jesus entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade.

2 – Havia ali um homem rico, chamado Zaqueu, chefe dos publicanos.

Jesus estava na cidade de Jericó. Naquela época era chamada de “pequeno Paraíso”

“Um grande palácio de inverno fora ali construído, bem como um teatro e um hipódromo. Algumas de suas ruas foram enfeitadas com sicômoros enfileirados. O clima era agradabilíssimo. Marco Antônio não havia dado a cidade à rainha egípcia (Cleópatra) como uma prova de seu afeto?” (William Hendriksen, Comentário de Lucas. São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã, 2014).

Ali morava um homem chamado Zaqueu. Ele era uma contradição ambulante. Seu nome literalmente significa “puro” ou “inocente” mas sua condição era exatamente o oposto disso. Ele era um “chefe de publicanos.” Essa é a única vez no novo testamento em que esse título é usado. SE trata de alguém tão influente que foi colocado como líder de uma das 3 maiores coletorias de impostos de toda a Palestina. Porém, lembre-se que os publicanos eram tidos como ladrões e traidores. Odiados pela sociedade. O que podemos pensar do chefe dos ladrões e traidores? Por certo não era bem-visto, nem amado e nem admirado. Deveria receber o mesmo tratamento ou até pior que os demais publicanos.

3 – Ele queria ver quem era Jesus, mas, sendo de pequena estatura, não conseguia, por causa da multidão.

4 – Assim, correu adiante e subiu em uma figueira brava para vê‑lo, pois Jesus estava prestes a passar por ali.

É esse homem que queria ver Jesus Cristo. Teria ele esse direito? Aparentemente toda a sua fama ou dinheiro não lhe deram um bom lugar para ver Jesus. Sua condição de ser odiado pela sociedade não lhe garantiu uma condição favorável para ver Jesus. Por isso ele tem que subir em uma figueira, e o faz porque realmente desejava ver Jesus.

Aqui temos algumas lições importantes:

A – Muitas das pessoas que desprezamos tem interesses genuínos por Jesus (ou pelo menos tem um despertamento espiritual que pode levá-las até Jesus);

B – O quanto ajudamos ou atrapalhamos as pessoas desprezíveis a se aproximarem de Jesus?

A pessoa mais desprezível para nós pode nesse momento estar em busca de Deus. Estar sedenta pelo alívio que só Jesus Cristo pode dar.

2 – JESUS E SEU OLHAR PARA OS DESPREZÍVEIS (Versos 5-9)

5 – Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e lhe disse: ― Zaqueu, desça depressa, porque hoje preciso ficar na sua casa.

6 – Então, ele desceu rapidamente e o recebeu com alegria.

O verso 1 declara que Jesus ia “atravessando a cidade.” Alguns comentaristas sugerem que desde sua entrada em Jericó o objetivo de Jesus era chegar até onde Zaqueu estava. Estando certa ou não essa sugestão, a verdade é que Jesus chega até Zaqueu e olha para cima. Jesus sabia onde Zaqueu estava, sabia seu nome e portanto é de se esperar que Jesus soubesse da fama de Zaqueu. E ainda assim Jesus escolheu a casa de Zaqueu, e não a de um fariseu ou qualquer outro religioso para fazer sua refeição e pernoitar.

O olhar de Jesus para os desprezíveis nos ensina muitas lições:

A – Jesus conhece as pessoas e sabe de seus anseios;

B – Jesus não escolhe as pessoas de acordo com nossos critérios;

C – Jesus busca corações abertos e não fachadas religiosas.

Não importa a má fama de alguém ou o quanto essa pessoa é odiada pela sociedade: se ela buscar a Jesus, o encontrará. Isso deveria nos levar a uma atitude muito mais missional para com os perdidos sem Jesus.

Porém não é assim que muitos de nós agimos:

7 – Todo o povo viu isso e começou a se queixar: “Ele se hospedou na casa de um pecador”.

Em vez de alegria por uma pessoa de má fama se encontrar com Jesus, o que acontece é a queixa, o descontentamento e a crítica. Um detalhe importante: Lucas usa novamente a expressão “todo o povo.” É sua maneira de dizer que a grande maioria, que a opinião geral foi essa. O verbo grego “gongýzō” permite o sentido de “estar insatisfeito” ou “resmungar por conta de esperança frustrada”. A ideia é que uma suposta justa demanda não foi cumprida. (Dicionário Teológico do Novo Testamento. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2013). Consegue imaginar a frustração de Jesus justamente ficar na casa de alguém assim.

Mas os fatos que acontecerão agora impressionarão a todos:

8 – Zaqueu, porém, levantou‑se e disse ao Senhor: ― Olha, Senhor! Darei a metade dos meus bens aos pobres e, se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais.

9 – Jesus lhe disse: ― Hoje houve salvação nesta casa, porque este homem também é filho de Abraão.

A presença de Jesus na casa do desprezível provocou uma mudança radical de vida. A transformação talvez não esperada pela multidão aconteceu. Zaqueu como sinal de transformação extrapola a Lei que exigia que em alguns casos algum valor cobrado de maneira injusta deveria ser restituído com 1/5 a mais ou em outros casos pelo dobro. Ele se propõe a devolver 4 vezes mais. Seu coração transformado começa a dar provas do toque poderoso de Jesus Cristo sobre sua vida.

A resposta de Jesus Cristo sobre a atitude de Zaqueu explica tudo o que aconteceu através de uma pequena frase: “Hoje houve salvação nessa casa.” A salvação chegou à vida de um homem mal falado e desprezível. O poder da salvação não tem limites, o que para nós é impossível não o é para Jesus.

3 – O QUE JESUS QUER PARA OS MORADORES DA CIDADE? (Verso 10)

10 – Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido.

A entrada de Jesus em Jericó tinha um objetivo: a salvação. E, nessa última fala de Jesus nós entendemos que na verdade não foi Zaqueu quem buscou Jesus mas sim Jesus quem foi em busca de Zaqueu.

Jesus quer salvar os moradores de Floripa e região. E Ele nos colocou aqui por isso. Então tenhamos o mesmo olhar para os moradores de Floripa que Ele tem, e aos desprezíveis, que o amor de Jesus seja comunicado através de cada um de nós.

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