As Mães da Cidade

em 12 de maio de 2024.

SÉRIE: COM JESUS NA CIDADE

TEMA: AS MÃES DA CIDADE

TEXTO: LUCAS 7:11-17

A cidade é perigosa para nossos filhos…

(e para nossos cônjuges, pais, irmãos…)

Em cada fase da vida pais se preocupam de modo diferente com seus filhos.

Em cada fase da vida os filhos enfrentam perigos diferentes, e não se pode dizer que temos a certeza de que estamos preparados para cada um deles.

Quais as principais preocupações dos pais rem relação a seus filhos?

(Parenting. Pesquisa com base no Google Consumer Survey e demais plataformas Google. Maio de 2021.)

Mas, quais são as suas preocupações?

Qual é a sua luta atual com filhos?

Qual é a situação que o aflige nesse momento?

Hoje nós veremos a aflição de uma mãe. A situação que ela enfrenta é um pouquinho diferente da sua, mas o sentimento e a sensação são bem parecidos.

OS DRAMAS PRESENTES EM CADA CIDADE (Versos 11 e 12)

11 – “Logo depois, Jesus foi com seus discípulos à cidade de Naim, e uma grande multidão o seguiu.

12 – Quando ele se aproximou da porta da cidade, estava saindo o enterro do único filho de uma viúva, e uma grande multidão da cidade a acompanhava.

Jesus está na cidade de Naim.  Sobre a cidade, E. Mills comenta:

“Naim era um vilarejo agrícola na época de Jesus, aninhado no sopé do monte Moré, que definia a margem ocidental do vale de Jezreel. A cidade propriamente dita ficava fora do caminho mais trilhado. O acesso se limitava a uma única estradinha. Na época de Jesus, aquele assentamento devia ser bem pequeno e relativamente pobre, e ainda continua assim desde aquela época. Houve ocasiões em sua história em que a cidade chegou a ter apenas 34 casas e somente 189 pessoas.” (E. Mills, Census of Palestine 1931: Population of Villages, Towns, and Administrative Areas, 1932, p. 75.)

Sendo um lugar pequeno, podemos afirmar que a presença de Jesus literalmente parou a cidade, pois quando Lucas utiliza a palavra “multidão” não se trata de uma hipérbole, mas sim da narrativa mais próxima à realidade. Jesus chega na pequena cidade acompanhado por uma multidão, sua presença não passou despercebida.

A chegada de Jesus coincide com uma cena dramática. E essa cena também não passa despercebida por Jesus. Essa foi sem dúvida uma das cenas mais dramáticas das quais Jesus fez parte. Vejamos os detalhes:

1) Um jovem havia falecido. De acordo com o AT, morrer ainda jovem representava um juízo divino, possivelmente por se tratar de um mentiroso ou assassino, como diz o Salmo 55:23 – “Assassinos e mentirosos morrerão ainda jovens”. Consegue imaginar os comentários que aquela mãe tinha ouvido? Aliás, as pessoas gostam de comentar quando alguma coisa chama sua atenção.

2) A morte de um único filho. Era considerado um luto extraordinário. Também considerado um juízo particularmente duro de Deus. Temos algo parecido em 1 Reis 17:18 quando a viúva de Sarepta, declara ao profeta: “Ó homem de Deus… Vieste a mim para trazeres à memória a minha iniquidade e matares o meu filho!” Era considerado como um castigo aos pais a morte de um filho único.

3) A mãe enlutada era viúva. Do AT depreende-se que a condição de viúva era muito dura em Israel. Em numerosas passagens bíblicas é dito que uma viúva depende da compaixão, porque está sem arrimo e ajuda. De acordo com a opinião judaica, um castigo de Deus era especialmente duro quando transformava mulheres em viúvas.

Que drama. Mas a reação de Jesus é mais uma vez digna de nossa atenção.

13 – Quando o Senhor a viu, sentiu profunda compaixão por ela. “Não chore!”, disse ele.

A REAÇÃO DE JESUS DIANTE DOS DRAMAS DE CADA UM (Versos 13 a 15)

Se for possível imaginar a cena, teremos duas caravanas se encontrando. Uma é a do cortejo fúnebre que está acompanhando a dor de uma mãe. A outra é a caravana de Jesus onde está presente alegria, esperança, motivação. Jesus consegue transitar e participar das duas caravanas. Ele interage. Está presente na alegria, mas também na dor. E sua sensibilidade o faz parar porque ele sentiu compaixão daquela mulher.

A palavra utilizada por Lucas para descrever o sentimento de Jesus é o grego σπλαγχνίζομαι (splanchnizomai). Rick Brannan sugere que essa palavra descreve um sentimento muito íntimo. Diz ele: “ser afetado profundamente no interior de alguém, especialmente nesse aspecto (entranhas) caracterizado pela simpatia e compaixão” (Rick Brannan, org., Léxico Lexham do Novo Testamento Grego (Bellingham, WA: Lexham Press, 2020).

Tal sentimento o faz dizer à mulher: “não chores.” Possivelmente uma frase bem diferente de tudo o que ela havia ouvido até então. Não foi uma recriminação, mas sim uma empatia. É solidariedade, amor, cuidado.

O cuidado de Jesus Cristo nos ensina sempre. Primeiro a empatia, o amor e a compaixão. Nós, em geral, primeiro queremos a bronca, a explicação e a nossa satisfação emocional diante da aparente desgraça alheia.

Jesus demonstra compaixão. Essa é a estratégia inicial para ajudar um pai, uma mãe ou um filho, pois a realidade de conviver com os desafios da cidade já é dura o bastante. Saber o motivo do falecimento não é o mais importante, mas sim mostrar compaixão. Ajudar. Estender a mão.

Mas, e o filho? Jesus também tem compaixão do moço.

14 – Então foi até o caixão, tocou nele e os carregadores pararam. E disse: “Jovem, eu lhe digo: levante-se!”.

15 – O jovem que estava morto se levantou e começou a conversar, e Jesus o devolveu à sua mãe.

Jesus vai até o caixão e toca no morto. Algo totalmente improvável na cultura. Nem ser enterrado onde os vivos moravam um defunto podia ser. Tocado pior ainda. Jesus não precisava tocar mas ele quis tocar. E a mãe viu isso. Consegue imaginar a surpresa dela? E maior ainda quando ela ouve Jesus ordenar que o moço se levantasse e fosse devolvido à mãe.

O gesto de Jesus ensina muitas coisas:

1 – Ir até. Isso tem um valor incrível na vida de alguém. Antes de Jesus nos enviar ele mesmo deu o exemplo indo até as pessoas. Isso é se importar. Isso é demonstrar preocupação e afeto.

2 – Tocar. É mais do que empatia: é dar uma demonstração clara de envolvimento e se for o caso até pagar o preço por se envolver.

3 – Devolver à mãe. É participar da reintegração de alguém que saiu. É participar de um processo de cura, de volta, de mudança.

Pais precisam muito da ajuda da igreja e de cristão nesse processo de interação com seus filhos.

O DESFECHO: JESUS NA CIDADE (Versos 16 e 17)

16 – Grande temor tomou conta da multidão, que louvava a Deus, dizendo: “Um profeta poderoso se levantou entre nós!” e “Hoje Deus visitou seu povo!”.

17 – Essa notícia sobre Jesus se espalhou por toda a Judeia e seus arredores.”

Temor e louvor tomam conta das pessoas. A presença de Jesus foi vista quando um filho foi devolvido à mãe. E isso se transformou na maior campanha de mídia que poderia ser criada.

CONCLUSÃO.

Mães e pais estão na cidade que traz perigos para seus filhos, porém Jesus não os deixa sozinhos: Ele se compadece e age para proteger seus filhos.

Mães e pais podem sempre contar com a compaixão de Jesus sobre eles e seus filhos.

O poder de Jesus Cristo sobre pais e filhos é real: mesmo o que parece estar totalmente perdido pode ser restaurado por Jesus

Este blog utiliza cookies para garantir uma melhor experiência. Se você continuar assumiremos que você está satisfeito com ele.